segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cérebro e máquina estarão integrados e a internet como conhecemos irá desaparecer


Recentemente nomeado membro da Pontifícia Academia de Ciências, no Vaticano, Miguel Nicolelis, um dos pesquisadores brasileiros de maior prestígio, falou sobre o impacto da neurociência no futuro da humanidade. Fez críticas à forma como são tratadas as pesquisas científicas no país e comentou por que se declarou favorável à Dilma nas eleições.
Em uma longa entrevista ao Estadão.com, entende que as principais aplicações da neurociência com métodos de reabilitação neurológica deverão ocorrem em curto prazo. Já as computacionais ele prevê em um médio prazo. E, em longo prazo, “o corpo deixará de ser o fator limitante da nossa ação no mundo”.
Ele vê avanços de pesquina na medicina. O maior problema é engenharia e na busca por recursos para desenvolver um projeto. “Outra linha de pesquisa importante em medicina é Parkinson. No ano passado, publicamos um trabalho na Science. Estimulamos com eletricidade a medula espinhal de ratos com Parkinson e conseguimos reverter o congelamento motor característico da doença.”

Quanto ao compartilhamento dos nossos sentidos com os sistemas computacionais, ele diz que em breve será puplicado um trabalho com uma novidade explosiva, tratando, inclusive, de como a internet que conhecemos hoje vai desaparecer.Haverá uma rede cerebral, em que a linguagem deixará de ser o principal canal de comunicação. “Grandes empresas - como Google, Intel, Microsoft - já tem suas divisões de interface cérebro-máquina”, disse o pesquisador ao jornal. O resultado será a descoberta de que todos nós somos muito parecidos.
Ele também faz críticas à gestão científica brasileira, por acreditar que o talento humano é sufocado por normas absurdas das universidades, que trata a pesquisa de forma amadora. “Nós preferimos tirar cientistas que despontaram da academia. Aqui no Brasil há a cultura de que, subindo na carreira científica, o último passo de glória é virar um administrador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ou da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). É uma tragédia.”
Em relação ao futuro dos jovens pesquisadores, Nicolelis lamenta a dificuldade de se conseguir dinheiro, principalmente quando não são pesquisadores do CNPq. “Você precisa ser um cardeal da academia para conseguir dinheiro e sobressair”, diz. Ele espera uma mudança de atitude por parte do novo ministro da Ciência e Tecnologia.
A entrevista completa está no site do Estadão.

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