Dos 49 vereadores que registraram presença na sessão da Câmara Municipal de São Paulo para votar a CPI do Hospital Sorocabana (Lapa), 27 se evadiram justamente na hora da votação. Teriam todos sido afetados por uma crise intestinal no mesmo momento?
Sem zoeira, eles precisam responder aos seus eleitores!
Cerca de cem manifestantes que
compareceram ao plenário da Câmara na tarde desta terça-feira (27) saíram
de lá perplexos, sem entender o que aconteceu. Eles foram à sessão para
cobrar dos vereadores a votação do pedido de CPI do Hospital Sorocabana, mas os
parlamentares “fugiram” do plenário. Resultado: por falta de quórum, nada foi decidido.
O mais curioso é que 49 vereadores
registraram presença no início dos trabalhos. Contudo, apenas 22
participaram no momento de votar a CPI: 18
favoráveis e quatro abstenções. Como era necessário o número mínimo de 28
votantes, não houve decisão. O que aconteceu com os outros 27 vereadores
que ainda estavam na Casa é um grande mistério. Quem sabe uma checagem nos banheiros da Câmara pode identificar.
Para quem estava presente ficou a
impressão de que nenhum dos parlamentares “desaparecidos” quis se indispor com
o público. Afinal, estamos em ano de eleições: é mais fácil sumir do que votar
contra o clamor popular. Isso ocorre, comenta-se, porque também nenhum deles
quer contrariar o governo do prefeito Kassab, que não tem o menor interesse na
investigação sobre desvio de dinheiro público naquele hospital, localizado
na Lapa (zona oeste), construído com contribuições da categoria ferroviária e
que se encontra fechado há um ano e meio.
O Regimento Interno da Câmara diz que
é obrigatório haver pelo menos duas CPIs em funcionamento simultaneamente. No
momento, não há nenhuma - as duas últimas encerraram seus trabalhos em
fevereiro. Porém, costuma-se ouvir nos corredores daquele parlamento que a base de sustentação do
prefeito articula aprovar duas novas comissões de inquérito que sejam
palatáveis ao Executivo.
Entre os 27 parlamentares que deixaram
deliberadamente de registrar voto sobre o tema na sessão desta terça-feira,
vários ainda estavam no plenário. Entretanto, fizeram de conta que não era com eles e
ignoraram o apelo dos usuários do hospital, ex-funcionários e ferroviários
aposentados. Será que algum desses vereadores se dispõe a explicar o que
aconteceu?
A população não entende por que eles ganham salários pagos pelo povo
para votar e simplesmente não votam.
Veja a lista dos 27 “fugitivos”:
Abou Anni (PV)
Adilson Amadeu (PTB)
Agnaldo Timóteo (PR)
Anibal de Freitas (PSDB)
Aurélio Nomura (PSDB)
Carlos Apolinario (DEM)
Claudinho de Souza (PSDB)
Claudio Prado (PDT)
Domingos Dissei (PSD)
Edir Sales (PSD)
Eliseu Gabriel (PSB)
Floriano Pesaro (PSDB)
Gilson Barreto (PSDB)
Goulart
(PSD)
José
Rolim (PSDB)
Juscelino Gadelha (PSB)
Milton Ferreira (PSD)
Milton Leite (Milton Leite)
Natalini (PV)
Noemi Nonato (PSB)
Paulo Frange (PTB)
Ricardo Teixeira (PV)
Roberto Tripoli (PV)
Souza Santos (Souza Santos)
Tião Farias (PSDB)
Toninho Paiva (PR)
Ushitaro Kamia (PSD)Sabemos que parte desses vereadores são adotados por eleitores. Será que eles poderiam dizer o que aconteceu?