sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Futebol vence a política por 28 a 5

Cada vez mais eu me dou conta de que a política está (MUIITO) em baixa. No debate de ontem ficou claro que as pessoas são muito mais torcedoras do que eleitoras. Até parece que todo mundo já está decidido e quem votar. Mas, sem zoeira, o jogo estava muito mais emocionante. A gente notava disputa efetiva e esforço dos lados em ser classificado, em mostrar um bom espetáculo.

O resultado foi uma audiência de 28 pontos da Globo, na transmissão do jogo entre São Paulo e Internacional pela Taça Libertadores, contra 5 da Band, com a apresentação do debate, segundo noticiou o Bluebus.

Entre os candidatos a presidente, existia muita cautela. Não parecia haver interesse em expor propostas, objetivos, conceitos ideológicos e políticos. Ficou claro que a preocupação maior, pelo menos entre os dois que lideram as pesquisas, era a de se defender do que poderia vir de ataque. Os outros dois estavam pegando as rebarbas. Nesse sentido, o Plínio foi mais esperto.

Para nós, eleitores, isso é muito pouco, não nos dá base para decidir. Precisamos conhecer mais do que os projetos, queremos saber sobre suas personalidades, características pessoais, como temperamento, sentimento em relação ao próximo, solicitude, solidariedade, entre outros. Isso porque é a essa pessoa que depositaremos nossas esperanças de ver um país melhor e mais justo. Os que estavam ali eram seres fabricados pelo marketing, portanto, totalmente mascarados.

Quando eu digo que a política está em baixa é porque nos faltam nomes, opções. Quando você não sabe quem escolher é porque, das duas uma, ou há muitas opções ou não há opção alguma. E é isso o que percebemos quando conversamos com as pessoas. Ou seja, faltam políticos, mas sobram indivíduos que visam seus próprios interesses e que estão enfronhadas na política. E nós, na pura ingenuidade ou ignorância (no sentido da palavra), os colocamos ali. Depois, comparamos a política à corrupção.

Sem zoeira, fazer política não é isso. Segundo Aristóteles, “a tarefa da Política é investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de garantir a felicidade coletiva.”

Todo esse cenário que estamos vendo afasta os cidadãos de bem da política. É preciso um esforço da mídia em resgatar o valor da política como instituição. Só assim vamos perceber que política e futebol são tão distintos, que não têm termos de comparação.

Um comentário:

  1. Também concordo que o jogo estava muito mais interessante, mesmo com a derrota do meu tricolor. O debate foi morno, não teve discussão de ideias e propostas. Os candidatos estavam mais nervosos do que qualquer coisa. E pra fechar o Plínio Arruda, que se fez de vítima e discriminado, o tempo todo. A política precisa definitivamente de uma reforma, para isso é preciso discutir mais sobre ela.

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